Minha Vida

R$ 70,00

A obra que apresentamos aqui é a primeira de uma série que preparamos em comemoração ao centenário da Revolução Russa. Pela primeira vez na história, a classe operária tomou e manteve o poder em suas mãos, mostrando ao mundo que sim, é possível transformar o planeta. No entanto, não entendemos que esse aniversário seja ocasião apenas de festejos, de celebrar um episódio distante no passado. É uma oportunidade privilegiada de reestabelecer a verdade histórica e provar a atualidade de Outubro. Para isso, nada mais coerente do que reeditar e publicar as obras de Leon Trotsky: ele foi, sem sombra de dúvidas, o personagem mais importante, depois de Lenin, na tomada do poder na Rússia. De seus sessenta anos vividos, mais de quarenta foram dedicados ao marxismo e à causa comunista. A Sundermann é hoje a editora que tem publicado no Brasil a maioria das obras do revolucionário russo, cujos títulos o leitor pode ver na seleta bibliográfica ao final deste livro. Fazemos isso porque é a obra deTrotsky, centralmente, que mantém vivas as lições de 1917. É nele que encontramos a verdadeira história da Revolução Russa, de Lenin dos bolcheviques, contrapondo-se à falsificação stalinista. Uma compreensão global da contrarrevolução stalinista permite entender que a versão capitalista de que o socialismo morreu não tem fundamento. Em 1935, no prefácio à edição norueguesa de strongemMinha Vida, que publicamos aqui pela primeira vez em língua portuguesa, Trotsky dizia que “o desenvolvimento futuro da URSS é impossível sem libertar a base socialista da sociedade de sua superestrutura burguesa-burocrática e bonapartista”. Trotsky sabia que estava diante do maior aparato contrarrevolucionário da história. Os antigos líderes da Revolução de Outubro que se opunham à burocracia foram assassinados um a um. Em 1940, Stalin conseguiu, por fim, eliminar seu último e maior opositor, o último testemunho vivo da verdadeira Revolução de Outubro. Foi Lenin, ao seu lado, o primeiro a observar o início de uma burocratização do aparelho do Estado. Ainda em 1922, Lenin dizia no texto que ficou conhecido como o seu Testamento: “O camarada Stalin, convertido em secretário-geral, concentrou em suas mãos um poder ilimitado, e não estou seguro de que saiba utilizá-lo sempre com prudência suficiente” (Últimos escritos Diário das secretárias). Infelizmente, Lenin morreu antes que pudesse dirigir a luta no interior do partido. Coube a Trotsky continuar a batalha. Hoje, cem anos depois da tomada do poder pelo proletariado na Rússia, a História mostra a justeza da obra de Trotsky. Ao não ter havido uma revolução política vitoriosa contra a burocracia stalinista, essa levou à restauração capitalista. As revoluções que aconteceram no Leste Europeu enfrentaram ditaduras de estados onde o capitalismo já havia sido restaurado pelas mãos da própria burocracia stalinista. A queda do stalinismo pelas mãos do movimento de massas foi uma vitória do proletariado mundial ao derrotar o maior aparato contrarrevolucionário da história do movimento operário. Trotsky dizia que a tarefa mais importante de sua vida não fora a direção da tomada do poder, sequer o comando do Exército Vermelho. Para ele, sua maior tarefa era a construção da IV Internacional. A despeito da perseguição e da degeneração do Estado operário, Trotsky, a poucos instantes de morrer, demonstrou que nunca entendeu a contrarrevolução daquele momento como o fim da revolução mundial: “Minha fé no futuro comunista da humanidade não é menos ardente. Pelo contrário, é maior hoje do que em minha juventude.” Assim comoTrotsky, acreditamos que esta seja a maior tarefa dos revolucionários hoje, não num futuro distante: continuar seu legado e de Lenin, travando uma batalha de morte pela reconstrução da IV Internacional. “Que os senhores céticos zombem e insultem! A história não foi feita para eles”, escreve Trotsky em 1933, a respeito da construção de uma nova Internacional. É com esse espírito que a editora Sundermann pretende manter viva a obra de Trotsky, que nada mais é do que o próprio testemunho da Revolução de Outubro e os ensinamentos para a construção da sociedade socialista que está por vir. O livro que apresentamos aqui foi escrito em 1929, quando Trotsky encontrava-se em seu exílio nas ilhas Prinkipo, na Turquia. Dizer que em Minha Vida é uma autobiografia apenas é bastante simplista e insuficiente. Trata-se da defesa e do resgate da verdade histórica sobre outubro de 1917. É verdade que a obra surgiu também da necessidade de defender a si próprio e de combater a burocracia soviética. A partir de sua vida desde a infância, passando pelos períodos revolucionários da Rússia desde os primeiros anos do século 20, Trotsky conduz o leitor a compreender política e socialmente o que era a Rússia e em que circunstâncias se deu o processo revolucionário. Além disso, uma vida extraordinária é contada com uma qualidade literária incrível.

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Informação adicional

Peso 0,880 kg
Dimensões 23 × 16 × 5 cm
Colaborações

Helena Fontana (Editor), João Ricardo Soares (Editor), Jorge Breogan (Editor), Leo Misleh (Projeto gráfico), Luciana Candido (Revisor), Romerito Pontes (Projeto gráfico), Ubiratan Bueno (Revisor)

Tradução

Rafael Padial

Nº de páginas

692

Autor / Autora

Leon Trotsky

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